Esse assunto sai um pouco da linha que eu sigo aqui. Existem tantas formas de amar, incontáveis. E eu preciso exprimir uma delas.


A 4 anos atrás eu conheci uma menina. Morena, olhos castanhos, dona de um sorriso encantador. Aparentemente não tínhamos nada ou quase nada em comum. Mundos diferentes, ideias diferentes. Ela um pouco mais vivida, eu ainda inocente. Fui curiosamente me interessando sobre ela, dona de uma personalidade forte e muito alegre. Achamos nosso ponto em comum, aquilo que nos uniria de alguma forma. As risadas. Digo a vocês que os dias que passei com ela foram muito felizes. Riamos o tempo todo de coisas sem sentido. Tirávamos sarro uma da cara da outra, do cabelo, das vozes, de como nos vestíamos. Éramos completamente iludidas com a fantasia de que a vida era só aquilo. Rir. Se nos trancássemos em um quarto vazio, com paredes brancas ouviriam nossas risadas a distancia. As noites eram um mistério. Eu sempre saía de casa sabendo que algo diferente ia acontecer. Quantas garrafas de vinho barato e cigarros mentolados. Porque não dizer que ela me ingressou em um mundo que talvez me trouxe algumas consequências negativas, mais um mundo que eu precisava conhecer. Sem julgamentos, sendo errado ou não, as coisas aconteceram. E com ela, tudo se tornou bom, até o dia que eu não pude mais varar madrugadas dançando, cantarolando, ou rindo das atitudes mais espontâneas da nossa parte. Até o dia que eu não podia mais abraça-la e dizer "Você é minha melhor amiga". Hoje, depois de tudo, nossas vidas tão diferentes, hoje sorrimos uma pra outra, nada das risadas escandalosas de doer a barriga ou soltar gases inesperados. (eu sei, podia ter apagado isso.) Hoje, apenas sorrimos uma para outra quando nos vimos, um sorriso terno, um sorriso simples. Porque sabemos, nunca ninguém vai poder tirar as nossas lembranças, e o sentimento que tivemos e temos uma pela outra. Eu te amo Gabriela Ruotolo, obrigado por isso. 

cada historia *-*