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terça-feira, 22 de março de 2011

nó.


Sabe, eu sempre odiei dar nós, sempre odiei muito. Nós nos sapatos, nós nos cabelos, nós nas fitas de cetim que eu usava nos cabelos, nós nas pulseiras quando se quebravam, nós em todas as as coisas que eram pra ser concertadas ou apenas fingir que foram. A única coisa que eu odiava mais que dar nós, era desfazer eles. Eu sempre fingi que não sabia, sem nem ter tentado uma única vez. Hoje,  já não tão criança assim, eu ando com essa mesma mania infantil. Eu até dou nó, mas não consigo desfaze-lo. Eu acho que criei um limite pra mim mesma, eu simplesmente não toco em nós. Nós internos. E estou cheia, esgotada, totalmente completa deles. Um raio x literário mostraria que em vez de veias, ossos e músculos eu tenho nós. Tudo fingindo ser concertado, unido por duas pontas que se entrelaçaram forçadamente. Um mal que talvez me mate, ou morrerá comigo.

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