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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Uma caneta..

Observando essa folha em branco e como minhas palavras vão completando seus espaços vazios e dando forma aos contornos da minha caligrafia. Olho agora para uma outra folha, que se encontra dentro do meu coração. Vejo uma caneta vermelha escrevendo sem parar, incansavelmente, parece não poder parar, parece ser controlada por um furacão que sem pensar no que está fazendo, faz. Essa caneta vermelha em algumas parte da sua história sem final, aperta demais sua ponta contra o papel fazendo assim essa folha sangrar. E ela não pode parar e ajudar, ela só pode continuar a escrever. Por 17 anos ela agiu assim, sem saber de quem era a história e nem porque não podia parar de escrever, porque machucava tanto aquela folha. Por alguns segundos a caneta diminui o ritmo, olha pelo caminho.. muitas palavras escritas erradas, muitos erros na ortografia e até mesmo em como a historia foi escrita, ela olha a folha toda retalhada, rasgada, ferida.. a folha sangra o tempo todo, pois os ferimentos não cicatrizaram nunca. A caneta sente uma imensa culpa, e começa a pensar em parar, afinal, a história não é tão boa assim.. Antes dela começar a se recuar e pela primeira vez em 17 anos parar de escrever essa história misteriosa algo acontece.. tudo para, aquelas ultimas frases de desespero são interrompidas, uma virgula é posta no caminho, varias virgulas começam a serem escritas pela caneta descontrolada agora, novamente ela para e apenas uma palavra sai.. "Recomeço". Essa palavra é macia, não feri a folha e conforta a caneta. Quando volto a fitar a folha externa que seguro em minhas mãos percebo que o tempo que passei la dentro, dentro do meu coração observando como as coisas funcionavam, eu escrevia aqui fora também.. minha folha não sangra, minha caneta também é macia, tudo o que sai dela é o seu nome, como não poderia ser?

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